Você está certo disso?

Quando somos crianças/adolescentes/retardados queremos emoção. Forte, ainda por cima. Queremos nos pegar com desconhecidos todas as noites, nos apaixonar intensamente, beber como se o mundo fosse acabar, ter amigos vidaloka e rir descontroladamente. Tudo é muito pontual e você tem aquela certeza de que se uma noite a boite não estava assim tão boa, você terá o dia seguinte. 

Sempre há um dia após o outro, o sol volta a nascer e você volta para a casa cantarolando "pro dia nascer feliz", tudo muito Cazuza.

Então você envelhece. Alguns precocemente, outros nem tanto... E seu objetivo passa a ser outro: felicidade. Mas não faz mais sentido procurá-la em filas de casas noturnas, ou nas bocas de desconhecidos, você quer ser feliz de fato. Quer ter certeza de que é feliz e pronto, sorriso estampado no rosto - uma coisa viva na mente de um idoso nostálgico qualquer. Só que na realidade não é assim...

Você sofre e tem momentos alegres. Você rala que nem um corno e consegue pagar uma viagem maneira em suaves prestações, se gabando por isso. Onde está o sonho utópico-americano de abrir felicidade dentro de uma garrafa de coca-cola? Cadê essa garrafa que nunca abri? A minha geração é tão fudida que nem tem nome, somos simplesmente os que antecederam a geração Y.

E aí, o que eu faço com isso, sento e choro? Não, não estou dizendo que sou infeliz, eu me considero uma pessoa que conseguiu atingir boa parte de minhas metas na vida. Não todas, mas boa parte. Eu só queria a certeza. Quando o animador de auditório perguntar: 'você troca isso por aquilo?' eu quero ter aquela certeza estúpida de gritar 'SIIIIIIIIIIIM'.

Quero poder dizer sou feliz para caralho sem me sentir incomodada.

Is it ever gonna be enough?

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