Reflexões de uma manhã

As palavras sabedoria e ancestralidade ecoam em mim por esses dias. Tenho refletido em relação aos últimos acontecimentos e com a mágoa que transborda de surpresa no vai e vem de pensamentos. Em relação aos mais velhos, idade não é sinônimo de sabedoria, bem como a humanidade nos atinge até o último dia. Então como me magoar com o humano idoso que também erra? Não foi ele jovem como eu, que tropeça e soluça? Que julgamento é esse que me faz cobrar uma postura ética de acordo com os meus moldes? 

Pois sabedoria é saber olhar o outro com empatia e saber perdoar. E para isso a idade não importa muito, creio eu. Pode até fazer diferença, mas não importa: mais vale um coração aberto.

Outro transbordar segue em relação ao meu tio, muitas lembranças e gratidão pelo carinho. Em parte o transbordar se dá pela culpa do "e se". "E se" tivesse feito mais, diferente, o que não foi? E a energia da terra alerta: o que foi, foi. Gratidão pelo que foi.

Lembro das partidas de futebol, das conversas sobre história. Dos encontros ao acaso no meio das manifestações políticas. Da resistência, em silenciosamente ser que era. Do carinho transbordante a todos, sem exceção. Já o vi triste algumas vezes, mas raivoso, nunca. Eu o vejo, tio. E sinto em minhas veias toda a sua sensibilidade. 

Os dias de luta acabaram, vá em paz.

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