Eu gosto de cidades. Percebi isso quando senti uma alegria imensa ao ver um monte de gente andando no centro de uma outra cidade. Lembrei da minha cidade e dos meus estranhos andando cheios de compromissos.

A minha multidão.

É engraçado para mim notar que sou uma pessoa urbana depois de ter passado boa parte da minha infância no meio do mato. Eu parecia um moleque: ia andar de bicicleta no meio das trilhas em vargem grande - trilhas que eu mesmo abria.

Dos ares do mato só tenho mesmo a nostalgia já que cresci e virei uma chata. Deve ser a velhice, dizem por aí que depois dos 40 a gente não aceita qualquer coisa. Comigo o processo parece ter começado mais cedo, cheguei aos 25 e noto que não quero porcaria e nem migalhas. Sempre fui de querer tudo ao máximo, nem que seja para sofrer mais também.

Mas agora deixei a intensidade de lado, quero carinho. É aí que entra a contradição: pessoas urbana são descoladas, independentes e estão sempre usando quem está a seu redor. As pessoas boazinhas que encontramos sofrendo pelas esquinas da vida têm o coração campestre, não estão ali.

São aquelas pessoas que gostam de cavalgar. Pessoas que têm o olhar sorridente. Eu perdi isso em algum ponto, mas lá no fundo só preciso de um abraço apertado para me derreter. Penso na nostalgia dos matagais e lembro que ainda sou uma sonhadora ou como diria Rachel, eu viro brisa.

Comentários

Unknown disse…
ah, eu pensei pocahontas! vou explicar:
o encontro da modernidade inglesa da época com a "selvageria" dos índios. e depois o abraço tranformando em brisa e despertando simplicidade.

e com as cores do vento colorir... e com as cores do vento... co-lo-rir.

Postagens mais visitadas