Se fosse numerar os defeitos da vida, as coisas que mudaria na vida em geral, uma coisa que com toda certeza excluiria seria os ex-amigos. Simplesmente pelo fato de que eles me incomodam. Não são exatamente como ex-namorados (apesar de ser tão doloroso quanto), mas me incomodam mais. Talvez porque com namorados eu lá no fundo saiba que, por alguma razão, o relacionamento possa acabar.

Com amigos eu faço um investimento a longo prazo. Eu aposto que mesmo que a distância chegue, eu ainda terei o maior carinho pela pessoa e ela por mim e, caso nos reencontremos, veremos a antiga amizade refletir nos olhos da outra. Se o amor não é eterno, que a amizade o seja.

Mas não. A verdade é que amizades começam e acabam todos os dias. Engraçado perceber isso quando estou lendo o blog de um amigo citando uma ex-amiga. Primeiro fiquei triste por ele ter uma ex-melhor amiga e depois olhei para meu umbigo e me toquei. Ando desleixada com meus amigos e também tenho ex-amigos.

Ontem quase briguei com uma amiga por ela estar perto demais do meu melhor amigo. Ciúmes. Sim, morro de ciúmes de algumas pessoas, não consigo evitar. Ontem estava neurótica achando que todos os meus amigos vão virar amigos e me esquecer. Começou com esses dois e depois com outras amigas que estavam no orkut conversando e rindo via scraps. Senti o abandono e comecei a me desesperar.

Lembrei dos amigos que perdi. Pensei nas risadas e nas promessas de vida longa a quatro (nós e nossos maridos/esposas). Planos de dividir apartamento em outro país, de montar empresa juntos, de se encontrar para jogar buraco na praça... Lembrei tudo que perdi. Sei que eram somente planos e que a maioria talvez não acontecesse, mas mesmo assim perdi.

É fácil pensar em voltar a ser amigo novamente, mas e o vazio criado? E todas as discussões que retornarão assim que a amizade for ressucitada? Relacionamentos são coisas muito complicadas para mim, esse serzinho xexelento e egoísta que sou. Prefiro me prender à derrota do que poderia ter sido e não foi. Vou celebrar as amizades que relutam acabar em cima das que viraram lembranças empoeiradas. Continuarei a sorrir com todas e a lamentar que a vida nos ensina a segurar pouco e largar muito.

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